A.M.J foi uma das melhores pessoas que eu já conheci na
vida. E eu não estou dizendo isso porque ele não está mais aqui. Ele chegou de
um jeito que até hoje não consigo acreditar, foi coisa de Deus. Vou te contar
uma história, posso?
Há 4 anos, na biblioteca municipal de Serra Talhada, dois
jovens enquanto estudavam sentiram a presença um do outro, apesar de estarem um
pouco distantes. Ele estudava Direito e ela estudava biologia ainda do ensino
médio. Ambos se olharam, trocaram sorrisos tímidos e a mágica aconteceu. A
mesma cena se repetiu a semana inteira, mas nenhum tinha a iniciativa de falar
com o outro. Na próxima, os dois sozinhos foi que aconteceu o primeiro “Oi” de
longe e ele resolveu tomar a iniciativa e chamar aquela pequena garota para
sentar ao seu lado na mesa. Conversaram sobre coisas que hoje em dia não se
fala muito. A sintonia foi tão grande que ele para não perder aquela garota
logo colocou seu e-mail em um papel junto da senha, para que ela entendesse que
ele havia a escolhido para ele. Ela brincou sobre a senha e apagou sem prestar
muita atenção. Ficou somente com o e-mail e o adicionou no Facebook. Eles
conversaram novamente durante várias semanas até que resolveram se encontrar.
Mesmo todos os dias ele dizendo o quanto a falta da presença dela era sentida
todos os dias na biblioteca, ela não acreditava muito. Tão nova, porém, tão
receosa aquela menina. Em uma noite ele ligou para ela e disse que ia ao seu
encontro. A menina disse onde estava, ficou nervosa e começou a se ajeitar. Tão
encabulada que quando ele ligou para ela dizendo que estava perto e pediu para
ela olhar para cima, ela olhou literalmente para o teto da lanchonete que se
encontrava (coisas que só acontecem com ela-risos). Apesar do vexame, os dois
sorriram a noite inteira desse fato. Beijaram-se três vezes e a moça teve que partir.
Daquele dia em diante os dois sabiam que não iam conseguir mais passar tanto
tempo separados. Continuaram tendo contato e no meio de tantas mensagens, ligações
e encontros na praça Matriz aconteceu dela se apaixonar muito por ele e ele
também gostar muito dela. Ele a segurava no colo, eles saiam para comer, se
divertiam. Era como se ela o controlasse de certa forma e ele a deixava mais
segura quando estavam juntos. Todos os dias iam se encontrar e era como se a
cada dia as forças, o carinho, a atenção e o ciúme se renovasse. Não era como
esses relacionamentos de hoje em dia, sabe? Eles estavam bem, e quando não
estavam, davam um jeito de ficar. Porque a única preocupação que tinham naquele
tempo e naquelas circunstâncias era se amanhã iam se ver mais cedo ou mais
tarde da noite. Então, passaram-se 8 meses e a vontade de estar perto, de
cuidar, de fazer carinho só aumentava. Ele chamava aquela moça de namorada, mas
ela não sabia exatamente se era isso, tola, tão insegura que deixou isso
passar. Depois ele viajou em um congresso da faculdade e ficou diferente,
talvez tenha sido só impressão dela, mas ela sentia como se tivesse perdendo
ele aos poucos. Ele disse que estava cuidando do futuro deles, e ela não
acreditou, tão tola que novamente deixou aquilo passar. Ela sempre achou as atitudes dele muito fofas
e achava ele o cara mais foda que já conheceu. Eles aproveitaram muito o tempo
que passaram juntos, sem dúvidas aquele casal era o melhor. Depois que ela
achou ele mais distante, ela resolveu também se distanciar. Quase um mês do
distanciamento ele liga para ela com a novidade que estava usando aparelho, que
estava muito corrido, por causa da faculdade. Pediu desculpas, falou que estava
com saudades da garota dele e disse que estava em uma festa, mas que depois
falaria com ela direito e explicava tudo.
Uns dias depois, uma colega dela chega para lhe contar que
aquele rapaz que estava com ela e que ela havia conhecido tinha sofrido um
acidente na madrugada anterior e não havia sobrevivido. No entanto, ela não
acreditou de início e foi no Facebook verificar. Eram tantas mensagens de LUTO
que ela não conseguia ler uma palavra sem chorar. Como eles se encontravam sem
a família dela saber, ela saiu rápido para ir olhar o seu corpo, e quando o viu
o seu chão desmoronou e ela nunca mais foi a mesma desde então.
Conheceu novos caras, viveu novas experiências, mas é como
se nenhum fosse o bastante para ela. Não há um dia sequer que aquela garota não
pense nele e no que eles passaram. Não há um dia que ela não escreva sobre
saudade com alguém para tentar mostrar ao mundo que a pior saudade é aquela que
a gente sente de alguém que não pôde se despedir. Ela ainda o ama e vai
continuar amando. Ele foi um presente de Deus na vida dela e ela hoje escreve
para as pessoas sobre saudades sempre pensando na maior saudade da vida dela.
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